segunda-feira, 25 de julho de 2011

Triste

- Vai ser xamã algum dia?
- Quem vai me ensinar? Wabokieshiek está morto. Makwa está morta. As tribos estão espalhadas, o Mide´wiwin não existe mais. Quando eu era jovem e sabia que queria ser guardião dos espíritos, ouvi falar de um velho sauk, quase um xamã, no Missouri. Eu o encontrei, passei dois anos lá. Mas ele morreu de febre pintada, cedo demais. Agora procuro os velhos, para aprender com eles, mas são poucos, e em geral não sabem. Nossos filhos aprendem o inglês da reserva e as Sete Tendas da Sabedoria desaparecem.

(...)

Os sauks e mesquakies eram o resto, roubado da sua religião, da sua medicina, do seu passado. Xamã teve a horrível visão de uma horda de seres verdes descendo sobre a raça branca da terra e deixando só uns poucos sobreviventes apavorados, sem nada além de vagas lembranças de uma antiga civilização e os fracos ecos de Hipócrates e Galeno, Aviceno e Jeová e Apolo e Jesus.

Xamã, p. (471)

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