Pôr o útero na ponta dos dedos e vibrar as cores na tela, escondendo os desejos impossíveis entre as veias. E o que seria a exposição da fraqueza se torna força na voz. Transforma em Mulher, inteira, apaixonada por suas dores, inconformada por seu destino, transmutando as próprias fibras.
Um corpo não aprisiona um espírito rebelde. Uma idéia não se limita ao possível.
E a matéria se rende ao fulgor dos olhos, à visão febril que precisa ser revelada. Ao desejo que evapora no corpo... sempre ele, como um suporte que precisa ser ferido, tingido de sangue, violado, para então alcançar o seu propósito real que é verter lágrimas de fel e transcender. E transposto, está livre.
Las dos Fridas, 1939.
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