sábado, 24 de dezembro de 2011

Finalmente, o Natal em mim.

Afundo
entre palavras ocas, os movimentos previsíveis de tua língua tardia. Não me digas nada, não construas tu muralhas sobre a terra morta. Não te refugies onde o chão instável engole minhas entranhas e vomita meu cinismo. Exaurida a alma não há mais sentido. Descansa tua voz para lutas necessárias, pois esta guerra já foi vencida. O corpo amargo jaz entre lençóis frios... porque tentar a tua boca em carne morta?

Firma teus pés entre os teus sonhos; eles são tão belos... por que não estender teus braços e estirar os dedos, ansiando um encontro sagrado, a justiça divina que agracia todos os descendentes do Homem, que têm coragem de lançar seus corações ao infinito? Todas as possibilidades aos que morrem. Todas as realidades aos que perdem com Graça.

Eu vejo o mundo como o girassol que encaminha seus olhares àquele que o transpassa - e nada fere a minha alma enquanto transgrides minhas verdades. Afundo em mim, e não me alcanças. Sinto muito, tanto, infinitamente, mas o sangue que derramas não molha os meus pés, a punição que me impinges não agrilhoa a selvageria que costura minhas fibras.

Me dói, e pela dor me sinto viva. Afundo, e quando meus pés tocarem o fundo me lançarei à superfície. Mais uma vez.


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