domingo, 20 de junho de 2010

A paixão de Clarisse

Peoples beautifuls,
esse livro é difícil. Existencialista master. E vou contar que ele pede dedicação. Se não estiver no mood, desencana. Espera a hora certa pra ler. É incrível, mas da um soooooonooooozzzZZzZZZzzzzz...

Como todo livro difícil ele traz n interpretações. Fiz 3 pra vocês, que compartilho abaixo:

Resenha A:

Maaaaaano que mulher porca!!!! Eca eca eca!!!! Entrou no quarto da empregada e quase morreu de nojo. Achou uma barata e quase morreu de nojo. Comeu uma barata e eu quase morri de nojo!!!! Depois entrou em crise. Ah tá.

Resenha B:

Mulher em crise (de meia idade? Hum). Faz um monólogo pra uma presença invisível (terapia necessária). Começa suas filosofias com a última frase do pensamento anterior (bêbada?). Sofre loucamente com a visão do quarto da empregada (falta de problema). Tem seu momento epifânico quanto prende uma barata na porta do armário (socorro).

Resenha C:

O vazio da vida questionado por Clarisse Lispector, essa mulher de pensamentos desnudos. Ela apresenta GH num monólogo e nos convida a participar da estória, sendo a mão que lhe dá coragem para continuar a procura de si ("Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão" p. 16)

É uma leitura angustiante partindo de sua natureza introspectiva. Propositalmente Clarisse nos coloca na posição de GH, situando o momento epifânico na cena rotineira da vida.

Não há uma estória, de início meio e fim. É uma sequencia de pensamentos, de relatos psicológicos do sentido da vida de GH, que se vê de repente tomando café da manhã sem saber exatamente o que está fazendo. E entende que deve desconstruir sua identidade humana, voltar ao selvagem, ao primitivo, para se libertar do automatismo natural da vida.

E essa transcendencia acontece quando GH se depara com uma barata - um ser primitivo, tão velho que imemorial, um ser que lhe desperta o nojo e repulsa. E pela barata GH se entende como não humana, e seu mundo se desorganiza ("... estou procurando. Estou tentando entender. Tentando dar a alguem o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi." p. 9)

5 comentários:

  1. Oi, Dani
    Sou fã número 1 de Clarice, mas sei que será super difícil eu ler esse livro...tenho pavor, horror, pânico de baratas..quer me matar colocando essa foto no post??rs...mas sua resenha está muito boa, os livros dela são realmente difíceis de ler, tem que ler com muita calma. Bjs e obrigada pela visita ao meu blog.

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  2. Dani, para ler Clarice é preciso mesmo todo um estado de espírito... Gostei muito das múltiplas interpretações que tu fizestes da obra.

    estrelinhas coloridas...

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  3. Suas resenhas são sempre ótimas! rsrsrsr

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  4. Hahahá....
    Doidera! ai, eu que tenho nojo, horror de barata como faço. Não sei se tenho coragem de ler esse livro não...rs
    bjs

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  5. Dani: Gostei de sua resenha! Você é muito espontânea e me faz rir!
    Vou levá-la para compartilhar com o grupo no encontro de hoje!
    Eu estou apenas acabando de ler o livro...
    Bjs e obrigada por sempre nos visitar! =)
    Gaby
    www.nossoclubedeleitura.blogspot.com

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