Ainda não sei o que fazer com esse cinza. Essa matiz estranha que sobrou depois que você foi embora.
Que bom seria se fosse possível empacotar e guardar no fundo do armário, minha dor solitária naquele espaço vazio que um dia será útil, mas hoje não.
A falta que você me faz... procuro limitá-la a uma forma, olhá-la de frente, chamá-la de morte. Porque amanhã ela estará aqui e você não. É a minha Morte companheira, enchendo meu peito de um vazio pesado, necessário e indesejado.
A necessidade e o desejo são movimentos independentes da razão. Não preciso pensar em tí pra palpitar em aflição... pra arder os olhos e desviar o assunto, sorrir sem graça e fingir que a Morte não está aqui.
Conhecido o inevitável, aceito o intransponível, ainda não entendido mas já sabido, já esperado.
Como a Morte.
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