quinta-feira, 12 de abril de 2012

Clássico é clássico e vice versa

Uma prática clássica de yoga pode parecer enfadonha, vista de fora. É você, sua fé, e uma série fixa. Todos os dias, over and over, os mesmos asanas, pranayamas, bandhas e mudras.

Parece sacal pra você?

Pois pra mim, parece. Porque na minha mente ocidental e ávida por informações me parece um desperdício não aproveitar das milhares de variações que temos hoje em dia. Hatha, Vinyasa, Ashtanga, Liquid, Iyengar, Kundalini... isso tudo desenvolvido especialmente pra manter a minha mente interessada no assunto, não cair no marasmo do todo-dia-ela-faz-tudo-sempre-igual.  Para esta que vos escreve, que deve querer corpo perfeito e saúde pra dar e vender, fazer uma série fixa todo santo dia é a visão do purgatório.

E é um purgatório.

Dia após dia, purgam-se. Os medos do silêncio, da solidão, da mesmice. Purga-se a auto imagem e abre-se o caminho para o auto conhecimento. Ritualiza-se um momento e aprende-se com a repetição. E quando se aprende isso, uau, quanto novidade na mesmice!

Uma rotina não é uma repetição absoluta - desde que você tenha total atenção na sua realização! Abra seus olhos pra dentro. Observe o que o seu corpo está registrando durante este momento. É a mesma sensação que você observou ontem? Não? O que mudou? Seu olhar ou o seu corpo? E esse silêncio, veio de onde - do intervalo da sua respiração? Do espaço criado entre os seus pensamentos?

O yoga transforma de dentro pra fora... então realmente, pra quem está assistindo, nossa, que chatice. Mas pra quem está vivendo, cada respiração é um mundo novo.


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