sábado, 28 de abril de 2012

Os abernethies

Ele morreu, ele morreu! Junta lá a família para enterrar o patriarca, e, claro, discutir o testamento. Filhos e netos esperando sua parte na herança trilhardária (foi o tio Patinhas quem morreu?), e eis que um deles solta uma observação bombástica: "mas é claro que ele foi assassinado, não?"

Eita. Foi é?

Todo mundo protestou, e todo mundo ficou com a pulga atrás da orelha - principalmente o advogado responsável pela partilha. E é ele quem inicia uma investigação suave, assim, como quem não quer nada... até que a responsável pela observação bombástica é assassinada. Desta vez sem sombra de dúvidas. Com uma machadada no meio da testa.

Sutil.

Agora não tem jeito, melhor chamar o Poirot, né não? Mas de leve, porque o advogado não é da família e ele não tem autoridade para tanto. E lá vai o cabeça de ovo se infiltrar na mansão dos Abernethies, disfarçado. E descobre-se que, pra variar, todos têm um segredinho - mas nem todos os segredinhos são assim, tão absurdamente periculosos que justifiquem envenenar o patriarca, assassinar a tia que fala demais, e tentar envenenar a dama de companhia da tia faladora. É, quase rola mais um corpinho na parada.

Engenhoso... realmente não dá pra sacar what´s really happening! Porque talvez um dos crimes não tenha acontecido! Ah que difícil... e quando Poirot faz aquela cena final que ele adora, sabe, de juntar todo mundo pra revelar a verdade afinal, só então lembra-se das várias referências que a autora espalhou pelo texto. É gente linda, presta atenção que está tudo lá.

Realmente engenhoso. Mas o motivo do crime é meio frustrante, na verdade... enfim, não se pode ter tudo!

Depois do funeral
Agatha Christie
Ed. Círculo do Livro
226 páginas
Nota: 8/ 10

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