quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Pra fechar o ano!

Well well.... hoje é 23 de Dezembro... eu até consigo ler mais um livro antes do final do ano, mas vou considerar este aqui ó, como o último grande romance lido:

Shiva, de A. B. Yehoshua
Nota: 8/ 10

É a estória de Benjamim Rubin, médico israelita que está iniciando sua carreira num grande hospital em Tel Aviv. O diretor administrativo do hospital tem que fazer uma viagem às pressas para a India, para buscar a sua filha que ficou muito mal de hepatite, e o Benjy (para os intimos) é o selecionado da equipe médica para ajudar no "resgate".

Na viagem ele acaba se apaixonando por Dori, a mulher do diretô. E quando retornam à Tel Aviv tudo na sua vida começa a gravitar em torno da "mulher amada" - como ele chama seu objeto de desejo.

Então ele se muda para um apartamento em que Dori é a locatária, ele se casa porque acredita que Dori irá vê-lo como um igual (adúltero, diga-se de passagem, rs), ele aceita um emprego meio período para permanecer no hospital e portanto conectado ao marido dela, etc etc...

E no final, claro, não dá certo. E a sua mulher que é fissurada pela India retorna ao Oriente e ele descobre que tem que se reestruturar sozinho!

Eu achei que é um livro bem complexo... na viagem à India Benjy se envolve bastante com a cultura, tanto que quando o marido de Dori morre ele fica convencido de que a alma dele transmigrou para o seu corpo. Claro que pode ser uma justificativa pra essa paixão maluca que o consome desde o início da estória... e ele abre mão de tudo mesmo, inclusive de sua filhinha - a Shiva que dá nome ao livro, para ficar totalmente disponível para a sua amante.

Só que a amante só quer liberdade... e não é o que todos nós queremos?

O livro é dividido em quatro partes: paixão, que conta o início dessa conexão dele com Dori e o marido, casamento, em que se mostram seus esforços para se conectar de todas as formas à mulher amada, morte, que é a transformação do objeto de desejo para uma possibilidade real e finalmente amor, quando ele descobre que tudo é ilusão e ele deve caminhar com as próprias pernas.

De certa forma, tudo muito condizente com o que estudamos em Vedanta.

Achei um pouco longo, quase 600 páginas, realmente não precisava tanto. Mas gostei bastante. Boa dica pro dolce far niente das férias!

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