Eram duas meninas-moças, sentadas nos últimos bancos do coletivo. Notava-se o frescor de leite e aquele brilho nas bochechas que só a pouca idade tem.
Uma era de uma beleza sem embates: era bonita e ponto, sem discussão (sim, porque beleza é definitivamente um conceito relativo). Olhava o celular com olhos cheios de tédio.
A outra tinha um olhar danado. Cara de moleca, mais cheinha de corpo, um jeito brejeiro de cochichar bobagens na orelha da outra. Sorria com dentes de promessas. Não era bonita; tampouco, feia. Mas todas as minhas atenções eram pra ela.
Uma usava a máscara da sonsa. A outra, a máscara das foxy ladies.
Se fossem irmãs esta estória seria trágica. Então são amigas, e se completavam de um jeito dengoso, balançando no fundo do ônibus.
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