Eu, Mulher-Aranha
danço novos fios entre as rosas da minha vida
arranho os pés enquanto imprimo minhas pegadas nas pétalas perfumadas
e entre odores extasiantes sigo emaranhando os nós tecidos em seda.
Tu, Homem-Morcego
desfaz os nós das Almas alheias
e tece letras em estórias infinitas ao som da respiração
e da força que machuca as vértebras num espiral crescente.
Machucando, e tecendo, e fazendo e desfazendo teias,
vamos rindo.
E sorrindo com gosto lavamos a poeira do tempo
que se acumula nas esquinas do pensamento
e embota o gosto do novo, e amacia o pulsar dentro do peito
abrindo passagem na garganta, liberando a voz e a vida.
Vamos rindo, aliviando o pesar dos ombros
sentindo o coração que bate cada vez mais alto
mostrando o rosto cada vez mais limpo
e a Alma, descoberta.
Lindo texto, adorei. ;D
ResponderExcluirBom dia. Beijos.
Aranhas e morcegos comungam das cavernas onde se visitam interiormente; ela, inerente habilidade, desfia no presente as intricadas tramas do destino; ele, momentaneamente, sensível radariza a perscrutar as novas mandalas desdobradas, invisíveis para os olhos.
ResponderExcluirTudo é (p)arte da vida que ambos buscam desfiar, sentir e compreender.