Eu sabia que me divertiria com o sarcasmo da Diablo Cody. Mas também sabia que neste filme eu teria um bocado mais pra pensar, comparando com Juno. Realmente dei várias daquelas risadinhas meio tortas do tipo "ah, sei bem como é"; e doeu um pouco.
A Charlize Theron é tão linda e perfeita que o mundo não merece sua atenção... daí a vida dela fica numa onda mais ou menos... é ghost writer de uma série de livros para adolescentes que já foi um sucesso, mora numa cidade que não é Nova Iorque, o casamento ruiu e agora ela vive num estado de tédio profundo. Tipo uma zumbizona.
Mas ela se vende como uma pessoa incrivelmente ocupada, super descolada, famosa e cidadã do mundo, e interage com o mundo através dessa verdade pessoal. Só que quando está sozinha é apenas uma pré-alcoólatra (existe isso?) entediada. Um projeto que fracassou por falta de empenho e pela comodidade de quem sempre recebeu todas as atenções...
Num desses dias mornos ela recebe um mail do ex-namoradinho do colégio, contando sobre o nascimento da filha. Na cabeça (vazia-onde-o-demônio-desenvolvia-vários-projetos) dela já veio uma ideia de que o cara estava miseralvemente infeliz e ela seria a solução dos problemas! Empacota inclusive o cachorro e volta pra cidadezinha do interior de onde saiu e não planejava voltar nunca mais.
O plano é ajudar o ex-namorado a se separar da esposa, largar a bebê recém nascida e ir pra cidade grande com ela. Pra ser feliz, né. Enquanto isso vai tentando escrever o texto para o último livro que já está atrasado, e é aqui que a gente percebe como funciona a cabeça da fofa: um misto de fantasias e fragmentos da vida dos outros que ora ela escreve, ora aplica na própria vida.
Bem triste, actually.
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