quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Teatrinho

Minha vida anda tão sem graça que estou lendo livros como você bebe água...

Este aqui da D. Agatha foi lido em um dia. Como atenuante digo que foi um dos primeiros que li da autora, e me impressionou bastante - logo me lembrava de muitos detales da estória.

Tem um clima meio depressivo... o que é muito legal! É por essa "aura" que posso dizer com segurança que D. Agatha faz literatura. Tem que ser muito macho pra criar clima somente com palavras.

O dono da bola é uma família inteira. Uma daquelas bem inglesas, se é que me entendem. Sabem aqueles clichês básicos?  Frios, tradicionais e distantes? São os Angkatell. Não dá pra exaltar nenhum personagem específico, todos têm uma particularidade marcante e um papel importante no decorrer dos fatos.

Num final de semana na mansão Hollow um deles é assassinado. Bem na hora em que Poirot chega para o almoço! Que de - sa - gra - dá - vel. Ele fica com aquela sensação de que foi tudo encenado, que é uma brincadeira sem graça... e.... uuuuuuuui o Guaratinguetá quase fez gol agora!
Desculpem. Futebol me desconcentra. Voltemos.

Então a família se une para se proteger. Eles sabem quem matou e enganam a polícia, e o mais difícil, tramam o plano perfeito para enganar nosso detetive preferido. Daí veio aquela sensação de teatro que ele teve ao se deparar com o morto na beira da piscina.

Dessa vez não vale porque eu me recordei de quase tudo da estória; mas lembro que da primeira vez quebrei a cabeça e não descobri o assassino.

E sabe o que é mais legal (ou aterrorizante, não sei bem)? Tem uma personagem que é a minha cara! Olha essa passagem:

(...) - A gente faz coisas tão curiosas. Outro dia de manhã, eu tirei o fone do gancho e me peguei olhando para ele um tanto assustada. Não conseguia imaginar o que eu queria com aquilo.
- Presumivelmente ia telefonar para alguém - disse o inspetor friamente.
- Não, isso é que é o mais engraçado, não ia. Depois me lembrei: estava querendo descobrir por que a Sra. Mears, a mulher do jardineiro, segura o bebê de maneira tão esquisita, e aí peguei o fone para tentar, bem, ver como se segura um bebê, e é claro que percebi depois que me parecera estranho porque a Sra. Mears é canhota e a cabeça do bebê fica do outro lado.
Olhou, triunfante, de um para o outro.
"Bem", pensou o inspetor, "acho que é possível existirem pessoas assim." (p. 221)

Caramba, eu sou a Lucy Angkatell!!!

A mansão Hollow
Ed. Nova Fronteira
308 páginas
Nota: 8/ 10

Um comentário:

  1. A minha vida anda tão engraçada que eu leio alguns livros como quem nada quer: rindo para não chorar.
    bjo

    ResponderExcluir