sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Por isso é sombra

Putz... então, né. Todo mundo falando, comentando entusiasticamente sobre o livro. Comprei e foi pra pilha dos encalhados.Eis que 2.012 é o ano de desencalhar os encalhados e resolvi resgatar o tal do livro comentadérrimo.

Então, né. Fãs entusiastas de "A sombra do vento", convido-os a parar de ler esta resenha por aqui. Não há de ser agradável e não tô a fim de perder o leitor!

Então, né. Resumindo, a grande sacada do autor foi pegar um romance tipo Sabrina, tirar as partes chulas e prolongar a estória o máximo possível. Muito cruel de minha parte? Um pouco. Mas é que me irritou deveras essa paixonite adolescente me arrastando por trilhas óbvias. Na página 166 (o livro tem 399) eu já entendi tudo. Pra que mais duzentas páginas?

Dito isto, vamos a resenha.


Daniel, filho de livreiro, é levado pelo pai a um lugar mítico conhecido como Cemitério dos Livros Esquecidos. Aparentemente é uma biblioteca gigantesca onde os guardiões escondem livros de todos os tempos, mantendo viva a literatura mundial. Cada vez que um membro é levado ao lugar, ele tem direito a escolher um dos exemplares pra sí. Daniel escolhe "A sombra do vento", de Julián Carax. Se apaixona pelo livro e, como todo apaixonado por livros, sai atrás de outros títulos do mesmo autor (coisa que não vai acontecer comigo e Carlos Ruiz Zafón).

Nas suas buscas Daniel descobre que tem algum maluco queimando todos os livros de Julián Carax, e que seu exemplar deve ser o último do planeta. A partir disso ele começa uma busca sobre a vida do autor, tentando entender o motivo dessa anarquia. E daqui pra frente é desgraça sobre desgraça. Confesso que em alguns momentos até me emocionei, porque, né, coitado do tal do Julián. Se ferrou o tempo inteiro. Filho bastardo, foi renegado pelo padrinho endinheirado quando se apaixonou (leia-se engravidou) pela filha dele. Arquitetou um plano de fuga que não deu certo, passou a viver na clandestinidade e começou a ser perseguido por um rival apaixonado pela mesma dona.

Quando ele finalmente retorna à sua cidade e descobre que sua amada definhou até a morte o cara se transforma no justiceiro. Aquele da Marvel, sabe? Sem a camiseta preta e a caveira no peito, porque ele não é tão pop. Na verdade o achei meio brega... posso até imaginá-lo com um girassol na lapela.

E a sua estória vai se entrelaçando com a de Daniel. Tanto que eles passam por situações idênticas, e acabam sendo perseguidos pelo mesmo inimigo em comum. Hum... não sei se foi uma boa ideia do autor, e tenho certeza de que a execução não é tudo isso que comentaram por aí.

A narrativa é construida no período entre guerras (Espanha franquista e Segunda Guerra) o que colabora com o clima sombrio do romance. Ainda bem que temos o personagem Fermín pra dar uma alegrada no texto. O cara é o próprio malandro carioca, ligeiro, liso, e dono de passagens hilariantes!

Mas como eu sempre digo, cada um é cada um. Eu não curtí, mas tenho certeza de que o ritmo da estória encantará muitas pessoas por aí - inclusive o felizardo que ganhará este meu exemplar aqui!

A sombra do vento
Carlos Ruiz Zafón
Ed. Suma de Letras
399 páginas

2 comentários:

  1. Dani

    A vida é muito curta para perder tempo lendo livrinhos da moda. Siga seu instinto:inovador, criativo e principalmente supermegablaster.
    beijos.

    ResponderExcluir