quinta-feira, 5 de maio de 2011

Amargor

A saudade tem o gosto metálico de um acorde rasgando o ouvido.
Da ferrugem que escorre na língua quando mordo a boca.
Da cinza que mancha os dedos, do álcool que turva os olhos.
A saudade é uma companheira torpe
que te aprisiona entre os dedos gelados do tempo.
Do que foi ou do que poderia ter sido.
A saudade é uma prostituta, fascinante
que te devora e cobra o seu preço
e deixa rastros no seu corpo, na sua cama.

A saudade corrói, mesmo consentida.

Pra ler ouvindo Jellybelly. Muito alto. MUITO MESMO.

Um comentário:

  1. ... e tal sabor é evento de nada escuso, nudez da alma e pretenção aparente, de emudecer o brado da fome, por mim entorpecente, riso de escárnio ao norte, chama de serpente, olhar do escuro ao teu corpo, sussurro transparente.

    ... e tal sabor é causalidade breve, de tal momentânea mente.

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