quinta-feira, 24 de março de 2011

O sofrimento é poético

Passou o guardanapo lentamente sobre os lábios, enquanto suspirava o final daquela relação. Descansou as mãos nos joelhos depois de abandonar o pedaço de papel sobre a mesa, ignorando o registro cor de rosa carimbado entre as dobras amassadas. Mais um suspiro, exalando todo o desgosto que lhe escurecia os olhos.
As mãos se dirigiram nervosas para a bolsa pousada na cadeira ao lado. Encontrou o que procurava, posicionou o cigarro entre os lábios enquanto equilibrava a chama na outra extremidade. Inspirou profundo enquanto observava o brilho intenso do fogo queimando a nicotina. Esvaziou os pulmões e a alma, abandonou a cabeça no encosto da cadeira e esperou as lágrimas molharem as orelhas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário