Há uma neblina densa... não sei dizer ao certo se dentro ou fora da minha cabeça. Isso me leva à sacudí-la, a princípio suavemente, logo em seguida com violência.
Perco um pouco do meu frágil equilíbrio. Abro os olhos, busco um apoio, firmo os dedos no umbral.
Inspira, expira.
Vagarosamente a neblina volta a me abraçar.
A realidade toma o seu lugar, e é estranhamente reconfortante perder a vista nessa imensidão esbranquiçada.
Não me sufoca, nem à minha voz - apesar de saber que ela não alcançaria ninguém neste momento.
A neblina me isola, e não me sinto desprotegida. Posso rasgá-la, mas não quero. Posso vencê-la, mas suplico que fique comigo, me abrace e me acalente.
Questioná-la me fere de certa forma, me obriga a enfrentar respostas que não quero ouvir.
Prefiro viver mornamente este dia cinza.
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