As vezes dona Agatha tem crises megalômanas e vem com esse papo de Pink e Cérebro, que, olha, só por Deus. "As mais brilhantes pessoas do mundo", "homem mais rico do universo", "centro de pesquisas perdido no meio do deserto" são frases lidas constantemente por aqui.
Ou seja, chato.
A zona é mais ou menos a seguinte: os maiores cientistas da Terra (isso mesmo, do planeta inteiro) estão desaparecendo. Vão fazer um seminário em algum lugar e pluft! Nunca mais são vistos. Um agente da polícia britânica desconfia de que tem algo errado, né, e começa a seguir a mulher do último desaparecido. Acontece uma coisa incrivelmente incrivel pra ele, e péssima pra ela... e ele consegue substituí-la por uma agente infiltrada.
Mas a agente não é a Nikita, sabe? É uma mulé comum que agora tem que se virar pra fingir que está muito preocupada e com muitas saudades do maridinho desaparecido, enquanto vai seguindo as orientações da "organização" que ninguém sabe exatamente o que é. E essas indicações a levam até Marrocos... e de lá, pluft! Desaparece - para os outros, porque agora nós, insistentes leitores, sabemos o que realmente acontece. A esperta deixa algumas pistas, e finalmente chega no celeiro de gênios...
... que é praticamente o Admirável Mundo Novo, do Aldous Huxley. Todo mundo muito bem cuidado... desde que faça bem o seu serviço e não queira sair dalí. No meio do nada, sem nenhum contato externo... e agora, José?
Mas a polícia britânica é muito aplicada! Juntamente com um investigador francês recrutam bérberes pra varrer o deserto de Marrocos e encontrar as pistas deixadas pela agente dupla, que os levam até um leprosário no meio do nada. Hein? Melhor dar uma olhada de perto...
Neste enredo aqui não tem nenhum grande assassinato aparentemente sem solução. É apenas uma visão romanceada de uma mulher que perdeu tudo e tem uma segunda chance, cheia de aventuras e perigos. Muito feminino, nada radical.
Tem melhores, da autora.
Um destino ignorado
Agatha Christie
Ed. Record
242 páginas
Nota: 4/ 10
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