quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Blue Moon

Sacudo a cabeça violentamente, mas apenas perco o frágil equilíbrio que me acompanhava nos últimos dias. Saudade é uma coisa louca, um bicho que vai comendo lentamente de dentro pra fora, uma certeza que dói no umbigo e segue se espalhando pelo corpo, pela alma, pela vida...
Perguntas e imagens surgem diante dos meus olhos o tempo inteiro, incontroláveis, inesgotáveis. Como pude absorver tanto, a ponto de me perder tão profundamente nesse vazio que me abraça, me acalenta, me sufoca? Como posso me salvar, não me afogar?
Seguro no parapeito da janela e forço a visão para fora. Tanta neblina me confunde, e não sei dizer se está dentro ou fora de mim. Não sei dizer ou não quero dizer, a resposta me assusta.
Fixo minha atenção no meu rosto, cansado e vincado.
O tempo cura, mas a alma não esquece.
Forço o corpo a uma reação. “Vamos, vamos” penso comigo. Os movimentos se formam lentamente e me descubro em frente ao telefone... mais alguns momentos de agonia muda. Desisto dessa luta interna e tento fugir, mas a letargia amarra os passos. Percebo que meus olhos se derramam em desatinos convulsos.
Finalmente, me abandono.

2 comentários:

  1. Olá Daniele!
    Eu sou sua companheira do curso da Casa do Saber. Gostei muito do blog. Especialmente deste texto. Acho que você escreve lindo! O brigada por colocar o clube de leitura aqui também. Espero por seus comentários sobre os livros que já limos ou estamos lendo!
    Um abraço!
    Gabriela

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  2. Ai que bom que bom que bom que você arranjou um tempinho pra ler os meus textos! Fico feliz de verdade, e deixo meu convite pra você sempre passar por aqui!
    Beijão e té a próxima aula!

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