Chico, que maravilha!
Ele me deixou o tempo todo nos pensamentos do Zsozé Kosta, este nome trajado inadequadamente... ele é humano demais.
Se afoga em vaidade, mas uma vaidade egoísta, só dele, um onanista. But respinga nos outros personagens. Sua mulher e filho ficam facilmente em segundo plano.
José Costa é um ghost-writer de escritores famosos (sacou?) e por um acaso acaba em Budapeste. E a língua o enfeitiça de tal maneira que a sua vida no Brasil passa a rescender ao etéreo. A vida só acontece em Budapeste, onde a língua deve ser domada.
Aí José vai a Zsozé. E ele é um pouco da gente que aaaaaaama as orações bem colocadas. (Chico jogou umas palavras no texto para me presentear. Quando topei com "acinte" na página 11 tive orgasmos cerebrais. A - C - I - N - T - E. Imagino que seja a mesma alegria provocada no personagem cada vez que ele ouvia uma de suas citações).
O final foi anunciado e mesmo assim lindo. Transcrevo:
"E a mulher amada, de quem eu já sorvera o leite, me deu de beber a água com que havia lavado a sua blusa"
Não sei se vou assistir a adaptação para o cinema. Gosto das cenas que imaginei, acho que vou ficar com elas.
Obrigada, Chico.