quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Chanel, pra inspirar o ano novo

"Quem não gosta de estar consigo mesmo em geral está certo."

"Não há tempo para a monotonia do previsível. Há tempo para o trabalho. E tempo para o amor. Isso nos toma todo o tempo."

"Já que tudo está na nossa cabeça, é melhor a gente não perdê-la."

"A lenda é a consagração da celebridade."

"'Onde uma mulher deve usar perfume?', perguntou-me uma moça. 'Onde ela quiser ser beijada', eu respondi."

"O luxo precisa ser confortável, senão não é luxo."

"Uma mulher possui a idade que merece."

"Eu não entendo como uma mulher pode sair de casa sem se arrumar um pouco - mesmo que por delicadeza. Depois, nunca se sabe, talvez seja o dia em que ela tem um encontro com o destino. E é melhor estar tão bonita quanto for possível para o destino."


terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O ultimo de 2.009!



Finalmente, depois de 4 meses, tive tempo para ler "Reparação", de Ian McEwan. Estava na minha estante há exatos 4 meses.
É uma estória densa, sobre como um escritor versa sobre a vida de seus personagens com poderes divinos - e quais são as consequências de seus atos em uma possível realidade.
A estória atravessa o período da 2ª Guerra Mundial, e eu me emocionei algumas vezes com as descrições enfáticas da retirada dos ingleses da França.
Briony - a narradora de várias etapas - é uma criança chatinha que se transforma em escritora de sucesso, e em seu último romance joga toda culpa e ressentimento num alter ego jovem e arrependido. Nessa obra ela relata uma fatalidade que seus devaneios transformaram em outra verdade, e todas as consequências de seu ato infantil e fantasioso.
É sobretudo uma estória triste, e bem romântica. Impossível não torcer por Cecília e Robbie, improvável não se entristecer com o destino previamente traçado por outra pessoa.
O filme (Desejo e Reparação, de 2007, dirigido por Joe Wright) foi muito bem roteirizado. Não perdeu em nada a intensidade do texto original.
E o trailler com a música "The Scientist", do Coldplay, é a síntese perfeita.

Ah... e um incentivo a mais for us, girls! James McAvoy is sexy. Very sexy.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ônibusfobia

Som, som! Marcelinho da Lua e Seu Jorge - "Cotidiano"
http://www.youtube.com/watch?v=-lTiwGumCdk

Sete horas da manhã. Cá estou eu, paradinha entre tantos outros na mesma situação: esperando o ônibus - sempre atrasado diga-se de passagem - que nos conduzirá até o trabalho.
Eis que avisto uma fumaceira preta lá na esquina. As pessoas começam a se movimentar. Não há dúvidas, é o meu ônibus! Respiro fundo e me preparo para mais uma aventura.
Vários dedos se agitam e o monstrengo pára em meio à barulhos irritantes. Espero o cavalheiro que delicadamente me empurrou subir. Ele sobe, eu subo, mais quinhentas e vinte pessoas sobem e vamos embora.
A catraca está dura mas o amigo cobrador dá uma força para a galera passar.
Ah! Hoje é meu dia de sorte! Vejo que há um lugar vazio lá no fundo!
Corro como um animal visando a sua presa, levando bolsas comigo enquanto murmuro diversos 'com licença' e 'me desculpe'. Tô quase... quase... conseguí! Abro um imenso sorriso vitorioso que se congela em meu rosto quando constato que o meu belo lugar vago estava na verdade mais do que ocupado por um vômito ressecado. Éca. Pelo menos não está mais fedendo.
Acho que a cara de desânimo que fiz foi tão óbvia que o senhor sentado no banco em frente ao desastre se levantou e ofereceu-me o lugar. Pensou que eu não iria aceitar hein? Disse-lhe um rápido 'obrigada' e quase derrubei-o ao me encarapitar no seu banco ainda quente. Estamos numa selva, não?
Sete e quinze. O ônibus está tão lotado que as pessoas no corredor nem precisam se segurar. Se vira pra esquerda todo mundo vira junto. É até bonito...
E mesmo assim um ambulante resolve subir pra vender sua mercadoria: um saco gigante de pururuca! Não contente em conseguir entrar no ônibus, ele resolve atravessá-lo de ponta a ponta, leva o boné de um, pisa no pé de outro, ei moço, cuidado com o saco! Nem que alguém quisesse comer pururuca essa hora da manhã daria para pôr a mão no bolso e tirar os 'dois passe ou um real' para comprá-la... depois de um tempo o vendedor finalmente desiste e desce (não sei como o saco não entalou na porta, de tão grande que era, e não estou exagerando).
Sete e meia. Hora do trânsito mostrar toda a sua passividade. Abro meu livro e mergulho na estória. E não contrariando aquele sábio ditado que diz que 'alegria de pobre dura pouco' descubro que meu livro está no fim e não peguei outro... olho para fora, mas depois de um tempo a gente enjoa de olhar a mesma frase pichada no muro.
Sete e quarenta. O que eu comí no café da manhã mesmo?
Sete e quarenta e cinco. Desisto, não consigo lembrar. Deve ser o cansaço.. resolvo me concentrar numa brincadeira que inventei para passar o tempo: se todos lá fora morressem e nós tivéssemos que repovoar o mundo, quem neste ônibus seria o meu par? Hum... nenhum Brad Pitt nesse carro... tem um moço olhando pra fora, não consigo ver seu rosto, será que é bonito? Levanto-me um pouco e me inclino fingindo que vou abrir mais o vidro, mas com os olhos grudados no fofo. Acho que meu olhar é magnético pois nem bem fixei os olhos no indivíduo e ele virou-se bruscamente para o meu lado! Com o susto caí no banco e batí o braço no ferro da frente! Doeu pra burro, não pude evitar um gritinho... e agora sim, todos no ônibus e inclusive o infeliz estão olhando para mim. E nem valeu a pena... alem da mancha roxa que já vejo se formar num ponto acima de meu cotovelo o mocinho é feio demais!
Desisto da brincadeira. O jeito é tentar dormir um pouco - de leve pra não perder o ponto, que graças aos céus, não está longe.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Avatar

Som, som! Beyoncé - "Video Phone"
http://www.youtube.com/watch?v=CtIdxk2zqXs

O cinema está cada vez menos criativo...
Avatar tem um visual bem bonito, os atores de carne e osso são muito bons - exceto o general que ficou caricato. Mas é longo e eu saí do cinema com a sensação de que já ví isso antes: um bando de americanos invadindo um planeta em busca de suas riquezas naturais.
Nessa época de pensamento pseudo verde em que vivemos foi legal a iniciativa de retratar os invadidos com uma consciência de integração total com o planeta deles. Seriam os nossos índios (que infelizmente não tiveram um final feliz como no filme).
Não me emocionou. Talvez em 3D valha mais a pena...
Titanic era longo mas eu não sentí o tempo passar. Nesse Avatar eu não aguentava mais ficar dentro do cinema. Acho que é bom pra ver em casa...

sábado, 26 de dezembro de 2009

Adeus (?!) Ano Velho

E hoje mais do que nunca convivemos com o estranho, o improvável, como se fosse natural.
Ser normal é reclamar do calor que sobe do asfalto e faz o vento derrubar folhas, derrubar sonhos. É explicitamente natural ver o rio enchendo e levar metade de nossas vidas.
Aceitável ser roubado diariamente, descaradamente, dar de ombros e dizer que não se pode fazer nada, a vida é assim, sempre foi assim.
Natural puxar tapetes, pegar o que não é preciso, desperdício.
E vamos vivendo num mundo falso que se esgota minuto a minuto, gozando a felicidade de não se estar aqui quando tudo mais se explodir.
Essa é a morte de Gregor Samsa. O inexplicável que tomamos por normal.
C´est la vie.

Vem aí....






Nem começou o ano e já estou contando os dias para algumas estréias... ai ai....

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A rosa, o vento

O vento acaricia a rosa com violência
Desperta seus odores e provoca seus espinhos
Espalha suas pétalas sobre a terra úmida
Cobrindo seus pés com maciez.

E a flor morre aos poucos, como a tarde
Deixa a vida com ardor
do que foi pleno, belo e perfeito
Apenas sendo sí mesma
Sendo flor, exalando alma
Apenas sendo,
Apenas sendo.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Receita para se manter jovem

1. Jogue fora todos os números não essenciais para a sua sobrevivência. Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles.
Para isso ele é pago.

2. Frequente de preferência seus amigos alegres. Os "baixo astrais" puxam você pra baixo.

3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe o seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.

4. Curta coisas simples.

5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

6. Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO enquanto você viver.

7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser a família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.

8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a. Se está abaixo desse nível, peça ajuda.

9. Não faça viagens de remorsos. Viaje para o shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.

10. Diga a quem você ama, que você realmente os ama, em toda oportunidade.

E lembre-se sempre: a vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego... de tanto rir... de surpresa, de êxtase, de felicidade...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cabalando

Quando eu nascí Deus me deu um Anjo da Guarda. Um dos bons, porque sendo Deus Ele sabia que eu precisaria.
E o Anjo olhou pra mim e me reconheceu. E me amou, guiou, protegeu. E me ajudou a cumprir a maior de minhas tarefas: o grande desafio de ser eu mesma.


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Selinho!



Ganhei um selinho! Olha ele aí!
E com o selo vem uma tarefa: a proposta é escalar 3 livros que tenham marcado minha trajetória e depois enviar para 5 blogs que me fazem viajar. Meus agradecimentos à Tábatta, da Casa della Nonna.

Well well Guilherme Tell, seguem os livros marcantes (ui):

1º) O auto da barca do inferno, de Gil Vicente. Fui longe buscar esse hein? Ahahahaha... lembro que era um dos obrigatórios na época em que prestei vestibular (faz tempo isso viu?), e comecei meio assim assim, mas a estória foi me envolvendo e no final estava eu transcrevendo um pedaço do livro e colando na porta do guarda-roupas, de tanto que curtí. É gente, sempre fui meio nerd.

2º) O pêndulo de Foucault, do Umberto Eco. Causa entropia. Mas pouca. Romance com pitadas semiológicas... Aliás, adoro a maioria dos romances do Umberto Eco.

3º) A Casa Torta, da Agatha Christie. Gentem, eu era viciada em Agatha Christie. E depois de um tempo a gente acaba conhecendo o estilão do escritor, né? Mas nesse título a autora conseguiu me surpreender. E me assustar.

Tarefinha difícil essa hein? Amanhã com certeza terei outros livros em mente...

Agora a parte boa! Os blogs que indico para viagens mentais (e passo o bastão da tarefa!):

1º) A sabedoria está no pôr do sol, do Alê Martins
2º) Em construção, da Monicat´s
3º) La Sorcière, da própria (kkk)
4º) Sussurros íntimos, do Maycon
5º) Vinho da Vida, do Baco

Enjoy!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Desafio Literário



Está rolando uma iniciativa muito bacana entre blogs dos amantes de livros e afins. É um desafio literário pro ano de 2.010, organizado pela Vivi do Romance Gracinha. Eu aderi! E segue a lista dos livros escolhidos de acordo com a regra de cada mês:


Janeiro – Para facilitar a vida de todas, leituras rápidas para o primeiro mês do ano. O desafio é ler um Romance de Banca ao estilo da Nova Cultural, Harlequin, entre outros livros vendidos em bancas. Vale qualquer segmento, Clássico Históricos, Momentos Íntimos, Júlia, Sabrina, etc… Tenho certeza que você tem um livro na pilha esperando para ser lido. Portanto não há desculpas.
“Doce inocência” de Melanie Milburne

Fevereiro – Um livro que nos remeta aos contos de fada. É baba! Nem tudo é inovação. Há muitas histórias baseadas nos contos de fadas. Patinho Feio, A bela e a fera, Cinderela…
“O hobbit” do Tolkien
Reserva: “O ladrão de raios” de Rick Riordan

Março – Um clássico da Literatura universal. Só vale aquele que você nunca leu na vida. Sabe aquela coleção em destaque na estante que está lá só para fazer bonito? É lá que você vai pescar esse.
“Persuasão” de Jane Austen
Reserva: “Hamlet” de Shakespeare

Abril – Um livro de escritor(a)Latino-Americano. Leitura inédita só para lembrar!
“O jogo da amarelinha” de Julio Cortázar
Reserva: “Contos de Amor, de Loucura e de Morte” de Horácio Quiroga

Maio – Para aliviar, vai aí um Chick-lit. O mar está para peixe no que diz respeito ao gênero.
“Tem alguém aí?” da Marian Keyes

Junho – Um livro de uma escritora brasileira.
“A paixão Segundo G.H.” de Clarice Lispector
Reserva: “O pau” da Fernanda Young

Julho – Um livro adaptado para o cinema. O que mais há ultimamente!
“Julie & Julia” de Julie Powell
Reserva: “Budapeste” de Chico Buarque

Agosto – Um romance policial. Vale os autores mais clássicos ou autores do romance “romântico” policial.
“O homem de São Petesburgo” de Ken Follet
Reserva: “Céu de origamis” de Garcia-Roza

Setembro – Um romance histórico. Cá entre nós, esse gênero é o queridinho de muitas!
“O anel – a herança do ultimo templário” de Jorge Molist
Reserva: “O físico: a epopéia de um médico medieval” de Noah Gordon

Outubro – Um livro que contenha uma lição de vida. Pode ser ficção ou não-ficção. Viu como facilitei?
“A arte de correr na chuva” de Garth Stein
Reserva: “A cabana” de William P Young

Novembro – Um livro de escritor(a) de Portugal. Com a aproximação ortográfica porque não uma aproximação literária?
“Caim” de Saramago
Reserva: “O primo Basílio” de Eça de Queiroz

Dezembro – Um livro (ficção ou não ficção) que tenha a palavra “Coração” no título.
“Coração Andarilho” de Nelida Pinon
Reserva: “Coração apaixonado” de Chelsea Cain

Divagando

Meu coração é replica do que foi
numa manhã tépida de domingo
quando a luz do sol me enternecia
quando ter você era tudo o que eu queria.

Meus sentidos respondem sem razão
do lastro de consciência que corta
a saudade de um tempo bom
a vontade que não exorta

Esse ar que me envolve sem a aura
sagrada repetida semana pós semana
me choca e convalece
espanta e enaltece
o tempo que passa.

E eu fico.

O que não fazer no final de semana...

Então. Filminho longo, hein?
Tive a sensação que aproveitaram uns pedaços de "Indepence Day" e "Titanic". Mas deve ser apenas impressão... oooou será que não???
Se for isso infelizmente desprezaram uns detalhes que fariam toda a diferença: os lances de humor do 1º e o amor platônico do 2º.
Tem cenas GRANDIOSAS, mas não segura... diálogos fracos, desnecessários. Too long.
Adoro o John Cusack, mas não recomendo!


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Abandono

Aperto a carne fria do teu rosto contra o meu
Não reconheço o amargor que me invade o peito
e congela meus dentes trincados.

Padeço a dor dos que acalentam sonhos
plantam nuvens e colhem lágrimas
desperdiçando suspiros úmidos em campos infertéis.

Pereço de uma melancolia perene
uma apatia que me consome aos poucos
corroendo alma, exaurindo vontades.

Sofro com a conformidade
de quem aceita o destino como findo
e espera piedade, perdão,
em sacrifício.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Psicodélicos!


O Tigre Branco

Som, Som! Krishna Das - "Om Namah Shivaya"
http://www.youtube.com/watch?v=Zpu6bMhM_L0

Que descrição mais interessante de uma cultura!

Aravind Adiga, de maneira bem humorada, faz uma autópsia das relações sociais indianas. Um indiano escrevendo "ocidentalmente" sobre o próprio país.

O livro é a carta que o narrador, Balram Halwai, escreve ao primeiro-ministro chinês que estará em visita à Índia procurando por jovens empreendedores. Balram é um empreendedor, e sua carta é a defesa dessa afirmação.

É um tratado filosófico de um país muito rico e muito pobre! E passa longe das cidades yoginis, seus mitos e ashrams. Nada de calma e tranquilidade - apesar dele defender o yoga em alguns momentos.

Adorei essa passagem: "Os sonhos dos ricos e dos pobres não tem nada em comum, não é mesmo? Veja bem, os pobres passam a vida toda sonhando em ter o que comer e ficar parecendo os ricos. E estes sonham com o quê? Querem emagrecer e ficar parecendo os pobres." (p. 187)

Alguns fatos lembram um pouco as patotas que ouvimos pelo brasil brasileiro. Corrupção onde há muito dinheiro, e muita gente sofrendo pelo (muito) conforto de poucos: "Antigamente, havia mil castas e destinos na Índia. Hoje, só há duas castas: a dos homens barrigudos e a dos homens sem barriga. E apenas dois destinos: devorar ou ser devorado." (p. 58)

As castas... tão comentadas e incompreendidas. Ele tem uma definição muito boa, uma visão bem crua do sistema de castas. Vale a leitura, vai quebrar alguns paradigmas.

Os chefões do campo tem um quê de Id Amin Dada. Nada muito descritivo, apenas algumas citações sobre as vinganças cruéis que se abatem por toda uma família (curioso? Assista "O ultimo rei da Escócia" - prepare o estômago, é punk).

Muitíssimo interessante a fascinação de Halwai pelo Forte abandonado, próximo de sua aldeia, dominado pelos macacos. Pra quem conhece um bocadinho de mitologia indiana, o deus macaco (Hanuman) é a personificação da força servil, da dedicação absoluta por um ideal - ou um patrão, no caso do narrador.



O protagonista é um assassino confesso, mas é difícil condená-lo apesar de tudo. Ainda mais sob a ótica empreendedorista: ele é um exemplo de empresário de sucesso! Jai!

E meus agradecimentos para a Gaby Colombo que me emprestou o livro! Gaby, devorei-o em um dia!!!! Gentem, leiam a análise do Clube de Leitura, blog da Gaby e da Andréa, clicando aqui.

Vale a pena:
O Tigre Branco, deAravind Adiga
Ed. Nova Fronteira

Namastê!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O brigadeiro

Tina havia acabado de moldar o último brigadeiro. Pôs na bandeja com os outros. Não eram muitos, mas dava pra distrair a sua turma viciada em chocolates. Foi ver se o bolo estava pronto. Ia ser uma grande festa.
"O bolo já está pronto" - pensou Tina. Tirou-o do forno e foi ver televisão enquanto a massa esfriava.
Julinho, depressa e silenciosamente fugiu da sala e foi pra cozinha. Comeu os brigadeiros, até se empaturrar, sobrando apenas um. Todo feliz e cheio de açucar, saiu pela porta dos fundos e foi brincar com Tisiu, o cachorro.
"Nossa, como aquele ator é lindo!" - pensava Tina enquanto voltava à cozinha. E então...
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!
A mãe de Tina correu pra cozinha, com os cabelos em pé devido ao susto.
- O que foi menina???
- Ah mãe... os brigadeiros sumiram! Sobrou apenas um! Na certa não quis fugir com os outros...
Nesse momento Julinho entrou na cozinha e ouviu o relato desesperado da irmã sobre o sequestro dos brigadeiros por seres espaciais.
- Ah! Então foi você quem fez os brigadeiros? Estavam muito bons, não consegui párar de comer! 'Brigado, mana!
E saiu correndo, deixando a irmã prostrada na cadeira. Não havia tempo de fazer outra remessa, e não adiantava fingir: seus amigos iriam cobrar. Talvez devesse adiar... mas então Tina teve uma grande idéia! E foi se arrumar, toda feliz.
Quando todos os convidados chegaram ela ficou esperando a fatídica pergunta (e os brigadeiros?). Mas esta não aconteceu. Ela ficou espantada, sem saber que seus amigos combinaram serem bem educados, ou seja, não fazerem comentários maldosos ou notar coisas estranhas.
Mas já ao final da festa alguem não aguentou e perguntou:
- Tina! Onde estão os brigadeiros?
No começo a turma ficou meio irada pela quebra do combinado, mas depois...
- Ô Tina, isso é coisa que se faça? Deixar a gente sem brigadeiros...
- Ah Tina... eu quero brigadeiro...
E Tina então expôs sua grande idéia:
-Ei pessoal, eu fiz uma bandeja enorme de brigadeiros...
- Eba! Viva! Maravilha!
-... mas aconteceu um pequeno acidente e sobrou apenas um. Por isso vamos fazer uma brincadeira, e quem vencer fica com o doce!
E foram todos brincar. Quero dizer, todos não: João ficou ao lado do doce, e quando saíram de perto ele o agarrou e saiu correndo. E correu tanto, tanto... que tropeçou fazendo o doce voar longe, e aterrisar no colo de Ana, que iria colocá-lo na boca se Sabrina não o pegasse e colocasse de volta na bandeja. E agora foi a vez de Roberto roubá-lo e levar pra Suzie, sua namorada. Mas ela estava de regime e tacou o doce longe! Mais precisamente na cabeça de Tina! Fazendo todos caírem sobre ela e foi aquela guerra!
Todos lutando pelo doce, e ninguem notou quando o brigadeiro rolou de lá e caiu aos pés de Tisiu, que mais que depressa abocanhou a prenda e saiu abanando o rabo, feliz.

(...)

"Mentiram-me ontem, e hoje mentem novamente. Mentem de corpo e alma, completamente. E mentem de maneira tão pungente que acho que mentem sinceramente, (...) e de tanto mentir tão bravamente constroem um país de mentira diariamente."